sábado, 30 de novembro de 2013

Pena afiada.

Queria aprender a escrever com habilidade e direção... mas sei que mesmo em pensamento turvos e palavras tremulas as minhas ideias são como pena afiada, que  acaba marcando não só o papel em que escrevo mas também a nuca de quem escuta a narração silenciosa dos seus pensamentos...

sábado, 16 de novembro de 2013

Capibaribe

Acordei com o fio da memoria sendo puxado pela manhã turva, queria sentir outra vez teus beijos, teus toques e os olhares que me tatuam o rosto. Essa vontade só passou quando a voz de meu velho mestre me chama para ir pescar os sorrisos escondidos na cor escura do barro capibaribiano. 
Eu fui, sentei e vi o sol me chamando pra bailar ao som do vento... saltei no rio, eu ri e vi que as pontes me seguraram e até impulsionaram para perto da estrela dançarina. Sagaz e sabendo de minha intenções ela me agarrou e sussurrou que a minha batalha é nada... que posso respirar os ares sem pensar no tudo que tenho que fazer, basta apenas fazer.
Depois de todos os acordes impecáveis e frigidos do vento. toco no chão e lembro de minha condição metálica me vem a dor e volto a arremessar piadas no rio... no final saímos sem o sorriso... voltei pra casa com uma queimadura no cangote e dois olhos tatuados na cara.


terça-feira, 12 de novembro de 2013

Forja.

Explico a ausência de vestimentas por vontade de liberdade e é essa que consigo arrancar de ti a cada olhar pois a vida segue ritmada e regida pelas batidas ardentes do velho Hefesto...
 Ouço o som da martelada, sinto o calor, o frio... sinto que tudo está mudando a cada minuto que passo por essa forja temporal. São responsabilidades que sustentam a bigorna, a ética esmiúça a carne que me resta... deixando apenas o esqueleto feito da minha pouca moral que ergue os braços pedindo misericórdia, clamando a compaixão já carbonizada pela vontade de crescer.. sei que esses processos são duros, mas sinto que depois desse tortura renascerei com valores covalentes!
Posso sentir o toque da verdade em meu ossos, a gênese da coragem, a reconstrução... sou a obra volátil e inacabada do ferreiro de deuses.


domingo, 3 de novembro de 2013

Minha nota sobre o eclipse.

No céu matinal pude observar a estrela sendo coberta por um astro sem luz, pálida e castigada pela fúria do vazio.. foi onde os amantes puderam se tocar e sussurrar frases icônicas de amor já planejando o próximo encontro, o próximo olhar distante...
 A visão foi rápida, pois as nuvens me impediram de observar o verdadeiro amor em ondas ou partículas, reflexos distantes de carinho e prazer.
Mais alguns anos e poderei observar mais uma vez essa odisseia.