quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Queria sambar.

Um bom samba selvagem escapa dos bares de Sampa. Uma firula melódica que me alista e alisa o peito molhado de suor  misturado com uma colonia barata que comprei , la na farmácia de Felix - Glorioso senhor Felix, ele sempre me deseja sorte - Todo armado com verbos e adjetivos, sai pra caçar o trovejar de tua voz bem baixa. Tu, um mistério do normal me dizendo que o tempo ia piorar e o samba iria acabar. Me disse que uma banda sem musica iria chegar e não tocaria mais nada. Achei de boa, queria apenas olhar pra teus olhos e ver as verdades que escorriam e caiam no teu drink que nem me lembro o nome... só  me recordo do minusculo guarda-chuva encharcado de luxuria. Tu ri, a banda vai simbora e finalmente sinto tua voz esbravejar... mas só sinto mentiras e o que escorria na real ... era o reflexo de Cartola e um pouco de Martinho. Maldito espelho. Só queria sambar contigo, não com os mestres.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O eu e o outro eu

 Mais uma vez me rodeio de ideias e me banho com o tecido de certezas. Tecelão de vontades vetoriais que apontam para o novo ser que brota centímetro por centímetro, desvirginando o não virgem e se redefinindo como ser eternamente multável e volátil. Ser perpétuo em exatidão e embasado na fé na humanidade.
 A evolução, explico,  não é motivada por tudo e sim pelo nada! Besta que mastiga a carne e cospe o vazio de eras incompletas formadas por minutos de alguns vinte segundos. Temo o tempo que não está em tempo de completar ao menos um certo tipo de tempo. O motivo também não é por solidão ou quem sabe algum trecho do puto Alcorão, sinto-me completo e mais lotado que muito bloco de rua. Sei que meus eus me acompanharão em um coral de cores amarelas no lançar de cada sorriso, alem de mim, carrego... Nao carrego! E sim, acompanho em passos lentos e copos fundos o baixar do nível de cerveja e aumentando o de lagrimas nos olhos. Divido com eles não so minhas colunas solidas, mas também meus salões imperiais e sem baile, cheio de trevos e dragões  que nem ouso sussurra meu nome. Mas mais uma vez invoco meu cantar! Som de mil cataratas de papel, estourando o silêncio  e exorcizando a serpente que mastigava os outros quarenta segundos. Todo tempo renasce.
 No final, sou só eu e o eu lírio. Sim! Evoluo por gostar dessa palavra e querer ser chamado mais uma vez: Filho da poesia. mmc.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Cabra ruim

Um cabra ruim, ardiloso e violento
Arco parabólico de bucolico,
sim, alcoolismo de momento.
litro de sangue ao vento.

peixeira dobrada de vértebra,
maluco doido agonizando,
mulher e filha chorando,
e vela para o que vem subindo devagar
queimando derrete sem esperar

na porta do ar o defunto ficou,
o resto o mago esquartejou 
com mão e ódio
desfunção de raiva babenta.

gargalhada ecoa, sirene gangrena
granada enfiada no cu
o cabra corre
o cabra morre, três tiros e uma funerária lucrando.


projeção

Você sabia que as rosas deixaram de chorar pois acalentei o sofrimento de cada pétala com o toque de minha pele sobre as lagrimas frias? Saiba que todos os seus sentimentos invadiram meu corpo e recrutaram, agora, os meus.
 Já petrificado e com os olhos atrofiados. Eu sinto o caminhar, quase feito marcha, trazendo para os olhos cristalizados os pedaços de minha alma, pedaços que foram retirados por você... Pedaços que teimaram em te desejar e se proclamaram livres pra te seguir, me deixaram, agora saem de mim com sabor de mar por canais que tento obstruir. Deixei que fossem, pois sei que comigo tudo vai acabar caindo no colo de outra, que minha mente caçará nova musa, que o fim vai ser regado com cerveja e quem sabe um violão.
Mesmo sabendo disso... Chorei.

sábado, 1 de novembro de 2014

Êxodo intelectual

Limpei o suor dos olhos, poli os dentes com o sorriso forçado, sai da cota mais alta e me joga na maré dos teus olhos, me betumo com seus beijos e suor.
 Das pegadas no barro batido adentro teu corpo e circundo tua pele com meus lábios de desejo. Te refogo no tudo de luxuria, quero você como pecado capital.
  Consegui escapar de um titulo bem pensado e indiferente. Forçando a escrita e gargalhando na tempestade de caos com gritaria. Desfocando o olhar retratando a luz que escapa de seus atos redentores, captores de minha atenção, tensão que isola o meu tesão... Afago que estrago bem no ato. Atado em salvação, mergulhado em teimosia hormonal. Feito sobra de sombra espiritual. Guerreiro ferreiro forjando o futuro sobre o passado.
 Me considero uma maravilha do antigo que reerguido reclamo meu lugar, desejo minha posição e projeto-me em céu cinzento me alto proclamando Cristo sobre o Corcovado, feito sorriso nascendo de teu rosto nesse exato momento.