sábado, 16 de novembro de 2013

Capibaribe

Acordei com o fio da memoria sendo puxado pela manhã turva, queria sentir outra vez teus beijos, teus toques e os olhares que me tatuam o rosto. Essa vontade só passou quando a voz de meu velho mestre me chama para ir pescar os sorrisos escondidos na cor escura do barro capibaribiano. 
Eu fui, sentei e vi o sol me chamando pra bailar ao som do vento... saltei no rio, eu ri e vi que as pontes me seguraram e até impulsionaram para perto da estrela dançarina. Sagaz e sabendo de minha intenções ela me agarrou e sussurrou que a minha batalha é nada... que posso respirar os ares sem pensar no tudo que tenho que fazer, basta apenas fazer.
Depois de todos os acordes impecáveis e frigidos do vento. toco no chão e lembro de minha condição metálica me vem a dor e volto a arremessar piadas no rio... no final saímos sem o sorriso... voltei pra casa com uma queimadura no cangote e dois olhos tatuados na cara.


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