Tem momento, sabe? momentos certos que acabam florescendo no arco podre daquela catedral de insegurança que se carrega no escuro do peito . Corredores completos de corações em pedaços, sangrando calado sem um pingo de som, a agonia do rejunto se afoga em glóbulos e plaquetas. invocando num, macabro, ritual aquele imenso monólito, feito de saudade e calcário riscado... todo talhado com os nomes das paixões, dos desejos... e em itálico os nossos nomes... o meu, o teu e os delas.
Vai nascendo em pequenos bordões aquele velho frevo canção que trilha os passos secos... que param em vícios e borbulhas na entrada do pulmão, fazendo meu firmamento se refazer no céu da tua boca. E do corpo que clama ao fardo de não ter a lembrança do que não aconteceu... os desdobramentos cíclicos de ser perguntar: "porque é que se doí tanto, não ter vivido aquilo que não se deveria querer viver". é o que se já tem no peito é a regra, é caminho certo no desconhecido breu de viver solto e preso ao mesmo tempo. gritar o sussurro de pedir,é jogar ao porcos as melhores perolas que você poderia ter e se já tem porque jogar aos porcos vazios e sorridentes? chafurdar na lama, meu caro... é se jogar do alto de uma montanha em um copo cheio de nada, morrer aos poucos, morrer sorrindo... sujo de lama, sangue e suor... é o destino seco daquele nostálgico arquiteto florista que ergue as flores em escombros vitorianos, criando das lagrimas os mais belos cravos, dos corpos que ali gritaram... as mais belas rosas. dos que casaram os mais tristes lírios e os que partiram fica-se o verão.
A força de ficar, é retornar o tormento e ressuscitar litro por litro a baleia que um dia se chamou óleo e queimou os beijos molhados dos amentes proibidos. que fez-se luz, rejunto... poesia. e é de lá que brota, que deveria brotar... das catedrais untadas, das catedrais caídas, dos escombros que floresço calado e sem cor.
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